quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O PROBLEMA DO EXERCÍCIO.


O problema com o conceito de exercício começa tão logo tentamos defini-lo. Ou seja, exercício consiste em realizar movimentos abstratos em um padrão estereotipado e repetitivo. Na essência, exercício é uma pequena parte do todo, uma atividade tirada de seu contexto natural. E que se torna cada vez mais mecânica e artificial. A real questão vem a tona quando olhamos a história da humanidade, e fica fácil perceber que o conceito de exercício é uma fração recente e muito pequena do repertório de movimento humano.
A nossa experência física é formada por um vasto repertório de comportamentos, tarefas e atividades como caçar, jogar, brincar, escalar, correr, saltar, etc. O exercício é só uma expressão recente de todos movimentos humanos possíveis, e também é uma coisa rara de se observar na natureza. No mundo selvagem não se observa qualquer coisa parecida com isso. Sim, roedores vão correr em rodas em jaulas, mas soltem-os na grama com uma roda dessas do lado, e eles não estarão correndo pra dentro delas. Em um ambiente selvagem os animais vão brincar, brigar, caçar, explorar mas nunca se exercitar.
Da maneira que se entende o exercício hoje tudo está ligado a séries, repetições e distância. Continue fazendo até chegar a hora, ou seu professor mandar parar, sem pensar, sem criar, sem aprender. Isso claro é o melhor caminho para a monotonia física. O que falta nesse cenário é desafio, variedade e uma relação muito mais próxima de equilíbrio entre os objetivos e as reais necessidades de cada um.

Luciano D’Elia
Precursor do Treinamento Funcional, Líder do CORE 360º.